Documentos mostram amplitude da rede montada pela repressão para perseguir trabalhadores - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Terça, 03 de Setembro de 2013 às 17:05

Documentos mostram amplitude da rede montada pela repressão para perseguir trabalhadores

02 reuniao coletivaA primeira análise feita nos documentos localizados pela Comissão Nacional da Verdade em cinco acervos do Ministério do Trabalho em Brasília demonstra a amplitude da rede montada pela repressão para perseguir trabalhadores.

A rede era integrada pelas DSIs e ASIs, espécies de sucursais do SNI no ministério e nas delegacias regionais do trabalho, pelos interventores e ou agentes infiltrados nos sindicatos e por empresas que contribuíam com informações sobre seus empregados aos agentes do governo.

Hoje à tarde a CNV apresentou ao coletivo de apoio ao Grupo de Trabalho Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical, composto por sindicalistas de todas as centrais sindicais brasileiras, e à imprensa um resumo sobre a missão de reconhecimento, ocorrida semana passada, nos acervos localizados no Ministério do Trabalho.

A busca nos acervos do Ministério do Trabalho era uma reivindicação dos sindicalistas e a existência desses acervos era indicada por historiadores, mas o acesso pleno de pesquisadores ao material ainda não havia ocorrido.

Três dos cinco acervos ficam na sede do Ministério, em Brasília: o arquivo geral, o arquivo do gabinete do ministro e o arquivo dos processos de anistia do Ministério do Trabalho. Os outros dois arquivos ficam em um depósito nos arredores da cidade e no centro de referência Leonel Brizola. Apenas em um dos acervos há 6,5 km de documentos lineares.

DOCUMENTOS – Entre os documentos se encontram informações sobre cassações de líderes de trabalhadores, registros da intervenção do governo em sindicatos e documentos detalhando a repressão às greves que eclodiram no final dos anos 70 e começo dos anos 80 e que foram parte fundamental do processo de redemocratização do país.

Os documentos mostram uma rede de correspondências entre a DSI (filial do SNI) do Ministério do Trabalho com outros ministérios, correspondência das ASI (sucursal das DSIs) das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs) e o Ministério. "Juntos, estes documentos podem compor um panorama e a identificar padrões de repressão", afirmou Rosa Cardoso.

Entre os documentos já foram localizadas duas caixas contendo fichas sobre diretores de sindicatos cassados. O Arquivo Nacional vai ajudar na classificação e higienização do material localizado no Ministério do Trabalho, o que será fundamental para facilitar o acesso de pesquisadores da CNV e de qualquer outra instituição interessada.

Os documentos localizados no ministério do Trabalho somam-se a documentos encontrados no Arquivo do Estado de São Paulo pelos sindicalistas que demonstram a colaboração de empresas com a repressão. Documentos indicam que muitas empresas passavam a lista de grevistas ao governo ditatorial, inclusive dados pessoais constantes em suas fichas funcionais.

REUNIÃO – Na reunião da GT e o grupo de apoio foi fechada uma grande agenda de eventos nacionais e unitários (envolvendo o maior número possível de centrais sindicais) para sensibilizar trabalhadores para a luta por memória e verdade.

A agenda prevê um ato em outubro para relembrar a perseguição logo após o golpe de 1964 ao Comando Geral de Trabalhadores, a CGT, embrião das centrais sindicais; uma audiência pública no dia 7 de outubro para relembrar os 50 anos do massacre de Ipatinga, em Minas Gerais; uma audiência em Santos, em novembro, sobre a repressão a trabalhadores na Baixada Santista, em parceria com a Comissão da Verdade de Santos; e um ato sobre a Greve de 1968, em Osasco. Uma reunião de sindicalistas cassados e perseguidos da Capital e da Região Metropolitana de São Paulo deve ocorrer no final de novembro.

Outra meta do coletivo de apoio é divulgar amplamente os 11 pontos prioritários do GT Trabalhadores, construídos em conjunto pelas centrais e a CNV, em eventos das centrais e dos sindicatos. Conheça os 11 pontos aqui.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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